19 de maio de 2018

TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO...


TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO...
  Tenho sonhado muito e fazendo tão pouco, sonhos impossíveis, outros ao contrário, mas de que serve um sonho por menor que seja se não existe luta? Um ciclo vicioso e giratório, mudo comportamento, mudo o armário, mudo o estilo de gótica das trevas para rosas, onças e saltos.
   A cada ano ou a cada seis meses, novas tentativas de mudanças surgem, reinventando cada passo em busca de viver algo marcante o suficiente para viver sorrindo. Assim passam-se meses, anos, uma década ... E me encontro parada no mesmo ponto fixo em que o ciclo dá a partida e começa a girar e lá vamos nós recomeçar com as tentativas.
O fiz diversas vezes, meses, anos a fio e nada adiantou o meu lado, nada acontece e estou tentando, tentando e tentando...
   As coisas se acalmam e um ano se passa desde a última mudança de estilo, roupas, lugares, pessoas. As coisas ficaram meio bagunçadas durante esse meio tempo, precisa-se organizá-las,  a grande escala de poeira são marcas da longa duração de estabilidade, organizando tudo torna-se notável que as reinvenções acabaram, quando nota-se que uma blusa comprada a um ano atrás e outra recentemente ainda estarem no mesmo armário, um sapato, um batom, um conjunto de brincos, todos os pertences estão lá.  Olhando tudo organizado remete não a uma nova mudança, mas sim, a continuação do que funciona, do que é bom, do que se ama, do que se quer, com a certeza de que dali não se quer e nem é preciso sair.
   As mudanças podem ser maravilhosas para uma vida melhor, mas nada supera o não precisar mais disto quando se encontra o que sempre procurou.


- Andrêssa Agnel

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