TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO...
Tenho sonhado muito
e fazendo tão pouco, sonhos impossíveis, outros ao contrário, mas de que serve
um sonho por menor que seja se não existe luta? Um ciclo vicioso e giratório,
mudo comportamento, mudo o armário, mudo o estilo de gótica das trevas para
rosas, onças e saltos.
A cada ano ou a
cada seis meses, novas tentativas de mudanças surgem, reinventando cada passo
em busca de viver algo marcante o suficiente para viver sorrindo. Assim passam-se
meses, anos, uma década ... E me encontro parada no mesmo ponto fixo em que o
ciclo dá a partida e começa a girar e lá vamos nós recomeçar com as tentativas.
O fiz diversas vezes, meses, anos a fio e nada adiantou o
meu lado, nada acontece e estou tentando, tentando e tentando...
As coisas se
acalmam e um ano se passa desde a última mudança de estilo, roupas, lugares,
pessoas. As coisas ficaram meio bagunçadas durante esse meio tempo, precisa-se
organizá-las, a grande escala de poeira
são marcas da longa duração de estabilidade, organizando tudo torna-se notável
que as reinvenções acabaram, quando nota-se que uma blusa comprada a um ano
atrás e outra recentemente ainda estarem no mesmo armário, um sapato, um batom,
um conjunto de brincos, todos os pertences estão lá. Olhando tudo organizado remete não a uma nova
mudança, mas sim, a continuação do que funciona, do que é bom, do que se ama,
do que se quer, com a certeza de que dali não se quer e nem é preciso sair.
As mudanças podem
ser maravilhosas para uma vida melhor, mas nada supera o não precisar mais
disto quando se encontra o que sempre procurou.
- Andrêssa Agnel
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